A gastroenterite aguda é uma infeção muito comum nos primeiros anos de vida.
Os vírus são os agentes etiológicos mais frequentes e, entre estes, o rotavírus é um dos mais comuns.
Nos países desenvolvidos, surge mais no inverno e na primavera, principalmente em crianças que frequentam infantários e creche.87
O rotavírus é a principal causa de vómitos e diarreia graves em crianças pequenas. Quase todas as crianças até aos 5 anos já tiveram pelo menos um episódio de gastroenterite por rotavírus.
Estima-se que ocorram cerca de 500.000 mortes por ano a nível mundial provocadas por esta doença. Nos países desenvolvidos, esta doença é responsável por muitos casos de desidratação e hospitalização, absentismo escolar e absentismo laboral dos pais.87
Ocorre por contato com a saliva, vómitos ou fezes de uma criança infetada. A eliminação viral nas fezes persiste por mais de uma semana depois da infeção. Uma criança com uma infeção por rotavírus pode excretar cerca de um trilião de partículas de rotavírus por mililitro de fezes, e são necessárias menos de 10 partículas para infetar uma criança.
O rotavírus é muito contagioso e pode resistir até 4h nas mãos (forma mais frequente de transmissão) e 10h em objetos (ex. brinquedos, chuchas, etc.).87
A doença pode evoluir com o aparecimento de febre, vómitos, náuseas, diarreia líquida, dores de barriga, dores de cabeça e prostração.
A doença dura habitualmente uma semana. Quando surge a desidratação, a criança fica com a pele seca, olhos encovados e sem lágrimas, língua e lábios secos, produz menos urina e fica mais prostrada.88
As complicações mais frequentes são a desidratação e o desequilíbrio eletrolítico que podem levar à necessidade de hospitalização. Nos casos mais graves podem ocorrer convulsões, choque e, eventualmente, a morte.87
Consiste essencialmente em manter a criança hidratada através do uso de soluções de reidratação oral. Nos casos mais graves pode ser necessária a hospitalização da criança para hidratação endovenosa.89
A forma mais eficaz de prevenir esta doença é através da vacinação cuja recomendação é feita pela Comissão de Vacinas da Sociedade Portuguesa de Pediatria e Sociedade de Infecciologia Pediátrica.39
Esta vacina está também incluída em Programa Nacional de Vacinação, de forma gratuita, para crianças pertencentes a determinados grupos de risco.33